Respirar bem saiu de moda!
Na década de 1990 até meados de 2000, o respirador bucal ganhou uma grande importância na odontologia, em especial na ortodontia e ortopedia funcional.
O dentista aprendeu a enxergar as consequências da respiração bucal, como as patologias otorrinolaringológicas (por exemplo a hipertrofia da adenoide, que muitas vezes é uma consequência da respiração bucal e não causa), as alterações posturais, fonoarticulatórias, do sono e psicológicas.
Acima de tudo, o dentista conscientizou-se da importância do seu papel na doença, sendo um dos principais responsáveis pelo reequilíbrio respiratório.
Teses foram feitas, livros publicados e profissionais interessados.
Agora tudo mudou! Não se fala mais sobre isso nos eventos, não se publicam mais artigos científicos como anteriormente, não existem novos livros e a respiração bucal saiu de moda no meio odontológico.
Os danos odontológicos provenientes desta alteração respiratória são geralmente dentes apinhados e as arcadas atrésicas e nós podemos optar entre “desentortar” os dentes ou tratar da respiração corrigindo a oclusão.
Ou seja, podemos optar entre tratar dentes e tratar das pessoas.
Parece que a classe odontológica, todas as vezes que necessita incorporar responsabilidades prefere se isentar a ter que enfrentar novos desafios, atualizar-se “além dos dentes” e realmente enxergar o paciente como um todo.
Acho que voltamos a optar por tratar “apenas” os dentes. É mais fácil, menos trabalhoso e nunca sai moda.
Dr. Pedro Pileggi Vinha